Peça histórica furtada em 1994 será devolvida para a comunidade de Itatiaia

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O próximo domingo, 13 de junho, dia dedicado a Santo Antônio, será um dia histórico para a comunidade de Itatiaia, distrito de Ouro Branco, com a devolução de um Crucifixo que foi furtado na localidade em 1994.
A peça será entronizada novamente ao Templo com a Celebração Eucarística, a partir das 16 horas.
O crucifixo foi recuperado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e entregue à Arquidiocese de Mariana em 2015, pois nesta época a Igreja Matriz de Santo Antônio de Itatiaia estava passando por intervenções de restauro.
De acordo com o presidente da Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis, a chegada da peça recuperada renova a esperança da comunidade. “Todos aguardam ansiosamente a chegada de mais essa peça recuperada pelos órgãos de defesa e segurança de patrimônio. Diante disso, temos a certeza que encontraremos as outras 18 peças do nosso acervo que ainda se encontram desaparecidas”. afirma Wilton Fernandes.
Neste dia também a Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis fará o relançamento da campanha de mobilização para a recuperar o restante do acervo sacro desaparecido. Essa campanha iniciou-se em 2018 e tem o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais e do Ministério Público de Minas Gerais, além da colaboração de pessoas de todo o Brasil no reconhecimento e informações das peças.

História do Crucifixo e de sua recuperação:

Datado do último quarto do século XVIII, o crucifixo com a imagem do Senhor do Bonfim, de madeira, mede 102 cm de altura, 46,7 cm de largura e 15,5 cm de profundidade e é oriunda da Igreja de Santo Antônio de Itatiaia. A imagem sacra integra o acervo da igreja, mas foi furtada dia 17 de novembro de 1994.

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Em agosto de 2014, chegou à Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico a notícia de que a peça estaria em poder de um colecionador de São Paulo, o que motivou a abertura de investigação pelo MPMG. Em setembro daquele ano, o colecionador foi notificado para apresentar os documentos comprobatórios da aquisição da peça e de sua procedência. Em setembro, houve a entrega espontânea da peça à promotoria, que determinou a realização de perícia para comprovar a autenticidade do crucifixo.

Uma equipe de historiadores e restauradores do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e do MPMG concluiu que a peça examinada apresentava convergências compatíveis com os registros fotográficos da peça subtraída em 1994. Os especialistas, então, confirmaram que se tratava do mesmo bem, relatou o Ministério Público de Minas Gerais.

Caminho do ilícito

As investigações do MPMG apontaram que a peça sacra foi adquirida entre 1994 e 1998 por um antiquário de Belo Horizonte, que responde a dois processos por receptação de bens culturais. A peça teria sido vendida por um antiquário de Sete Lagoas, que, segundo o MPMG, também registra envolvimento com esse tipo de crime. Em 2008, o crucifixo foi exposto no Salão de Arte Hebraica, em São Paulo, ocasião em que foi adquirida por um colecionador, que não exigiu nota fiscal da compra ou comprovação da procedência do bem.

A perícia realizada indicou que a peça sofreu algumas alterações, como a retirada de uma parte do entablamento da base da imagem.

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