Transcotta quer ficar com o filé, abandona distritos e incentiva repressão

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Depois de encaminhar oficio à administração de Mariana, no qual avisa que paralisou algumas linhas para os distritos e mudou horários de circulação em outras, a empresa  Transcotta, responsável pelo serviço de transporte coletivo urbano e distrital no município,  afirma que essas medidas continuarão até que haja aumento nos preços das passagens  e maior combate ao transporte clandestino.

Preferido pela população, que jamais foi ouvida sobre esta opção ou a implementação do serviço de táxi lotação, outra alternativa para os usuários, ambas tem a simpatia dos marianenses e desprezo da Transcotta.

Por outro lado, a medida adotada pela empresa de cancelar horários e linhas, aumenta o dissabor e desconfiança dos usuários em relação a Transcotta  que já operou de forma irregular na cidade, postergando com ações judiciais os processos de licitação do serviço, por longos anos, assim como em Ouro Preto.

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Dona de um império no setor, com atuação em várias cidades, a empresa repete a linha de raciocínio das mineradoras ao abandonar atividades e fazer pressão sobre as comunidades e autoridades, muitas delas coniventes, por anos,  com os péssimos serviços prestados à população.

(Em paralelo, a Vale abandona Mariana, mas quer produzir mais minério na Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo.  Do mesmo modo, a Transcotta abandona linhas distritais e lota  os veículos que circulam para a região do Bairro Cabanas, um filé.)

O último exemplo da retirada dos cobradores de suas linhas, em afronta à legislação vigente, mostra o descaso com todos, usuários, empregados  e administradores.

Retirada dos cobradores foi um desrespeito aos trabalhadores e à legislação e gerou dezenas de multas aplicadas pela Guarda Municipal. Foto: GMM

Enquanto faz e desfaz, a Transcotta ainda mantém  “fiscais” para intimidar, reprimir e denunciar o transporte alternativo.  Para isso tem recursos que não podem ser utilizados para manter os  cobradores ou pagar as dezenas de multas a ela aplicadas pelas autoridades.

Veja abaixo a Nota sobre o tema emitida pela administração municipal

Nota de esclarecimento – Paralisação de linhas distritais e alteração de horários

“A Secretaria Municipal de Defesa Social vem através desta nota esclarecer que recebeu da empresa Transcotta, por meio de um ofício, a comunicação sobre a paralisação do atendimento de algumas linhas distritais e a alteração de horários em outras. Segundo a empresa, a baixa demanda identificada nas linhas, dias e horários tem contribuído com o desequilíbrio econômico-financeiro das operações. Ressaltam, também, que tais medidas perdurarão até que o município atenda os pleitos por eles apresentados sobre o reajuste tarifário e a tratativa em relação ao combate do transporte clandestino.

Em virtude disso, a Secretaria de Defesa Social encaminhou um documento à empresa informando que tais medidas não estariam autorizadas por parte do município, ressaltando que era necessário protocolar no setor de Documentação e Arquivo todos os documentos comprovando a baixa demanda que, segundo eles, havia sido identificada. Tal medida se faz necessária, para que o Departamento Municipal de Trânsito avalie os documentos e posteriormente possa apresentar alternativas que não causem prejuízos aos usuários do transporte público, bem como para a empresa que atualmente presta o serviço.

A Secretaria de Defesa Social informa que todos os procedimentos administrativos estão sendo adotados e que nesta terça-feira, 26, o município de Mariana entrou com medidas judiciais contra a essa decisão irregular e unilateral da concessionária prestadora do serviço de transporte coletivo, visando não acarretar quaisquer prejuízos aos usuários e garantir que a legislação vigente seja cumprida.

A Guarda Municipal, em parceria com a Polícia Militar, vêm desenvolvendo ações ostensivas para inibir o transporte clandestino na cidade e a Secretaria Municipal de Defesa Social aguarda um posicionamento do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) quanto a parceria solicitada através de ofício para o combate ao transporte clandestino intermunicipal, considerando sua área de jurisdição”.

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