Na manhã de hoje (10), uma comitiva formada por nove vereadores da Câmara de Mariana se reuniu com o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, em Belo Horizonte. O engenheiro assumiu a presidência da mineradora há um ano, em abril de 2018, e milita pela obtenção do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano para garantir a retomada das operações da empresa. O pedido do LOC foi protocolado junto à secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) em setembro de 2017.
Os vereadores foram apresentados aos atuais investimentos em segurança. De acordo com o diretor-presidente da Samarco, com a retirada do dique do SDR Alegria Sul, a empresa não possui mais nenhum represamento e se dedica a trabalhar com novas tecnologias para a retomada das operações sem uso de barragens. Pretende, também, implantar a filtragem de rejeito. “Em três anos nós temos que descaracterizar todas essas barragens”, ressalta Vilela. O prazo para essa descaracterização foi iniciado em 25 de fevereiro de 2019. “Eu assino todos os laudos de estabilidade do complexo”, conclui.
PROGRAMA DE VISITA PARA EMPREGADOS E FAMILIARES
Durante a reunião, os parlamentares foram informados sobre a retomada do programa “Portas Abertas” da empresa. As atividades foram iniciadas ontem, dia 9 de maio, e o objetivo da Samarco é apresentar as iniciativas voltadas a garantir a segurança das estruturas e as novas soluções para o retorno das operações. O vereador Antônio Marcos “Tenente Freitas” (PHS), sugere que o programa possa ser estendido para as escolas do município. “É interessante convidar os alunos do Ensino Fundamental. Eles são multiplicadores de opinião”, avalia Freitas.
FUNDAÇÃO RENOVA
Além dos vereadores, o prefeito Duarte Júnior, secretários e representantes da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Mariana (ACIAM) participaram do diálogo. “Vejo essa reunião como uma grande oportunidade”, destaca Rubens Nunes, a ACIAM. Ele avalia positivamente a conduta da Samarco e questiona ações da Fundação Renova. “O empresariado local quer oportunidade”, completa ao criticar o relacionamento da Fundação Renova com os comerciantes de Mariana.
A vereadora Daniely Alves (PR) criticou o modelo de governança da fundação. “A Fundação Renova é uma forma negativa e desrespeitosa de se relacionar com a cidade e, hoje, mancha o nome das empresas”, ressalta a parlamentar. O vereador Bruno Mol (MDB) destaca que a A manifestação pública de insatisfação com a fundação é fundamental. “Protocolamos uma moção de repúdio. Mariana tem que mostrar a insatisfação por meio de documentos”, aponta o vereador sobre sua Moção de Repúdio protocolada ontem na Câmara contra a Fundação Renova.
O diretor-presidente da Samarco se comprometeu a levar a manifestação da comitiva marianense ao conhecimento da BHP Billiton e da VALE.