Brasileiros relatam apreensão em zona de conflito entre Hamas e Israel

Embaixada em Tel Aviv acompanha um ferido e busca dois desaparecidos

Conflito entre Hamas e Israel assusta comunidade internacional e provoca milhares de vítimas entre feridos e mortos, de ambos os lados. Conselho de Segurança da ONU se reúne neste domingo (8).
Publicidade _

O ataque do grupo palestino Hamas, neste sábado (7), deixou pelo menos 200 israelenses mortos e 1,1 mil feridos em tiroteios que ocorreram em mais de 20 locais dentro de Israel.
A resposta dos israelenses foi com ataques aéreos que mataram pelo menos 230 pessoas e deixaram 1,6 mil feridos na Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters e que aumentam a todo momento.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que está monitorando a situação das comunidades brasileiras na região.
São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil na Palestina, “a grande maioria dos quais fora da área afetada pelos ataques”, diz a nota do órgão.

Segundo o Itamaraty, um brasileiro foi ferido e encontra-se hospitalizado. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando assistência.
O órgão informou ainda que a embaixada também está buscando contato com outros dois brasileiros que também estavam em um local atacado.

Em entrevista à TV Brasil, o técnico de ginástica artística Felipe Bichof, que mora em Tel Aviv, disse que o clima é de apreensão.

“A cidade está deserta, ainda que Tel Aviv seja uma zona segura nas ruas, não foi declarado nenhum tipo de lockdown, mas as ruas estão desertas, com poucos carros passando”, relatou.
Ele acrescenta que só resta esperar. “Uma situação como essa deixa a gente apreensivo, impotente, porque é angustiante ficar dentro de casa sem poder fazer nada”, completou.

Civis palestinos se deslocam em busca de proteção com pequenos pertences a pé. População sofre com os ataques.

Durante os ataques, os militantes do Hamas tomaram assentamentos próximos à Faixa de Gaza e fizeram reféns.

Poderio militar israelense

“Como todos sabem, Israel é reconhecido mundialmente por seu poder militar e ninguém imaginava uma situação dessa. Geralmente, quando há infiltrações são por túneis subterrâneos e, em sua maioria, são frustradas. O poder militar israelense dá conta de intervir e são poucos os casos adentrando no país”, disse.

Bichof acrescentou que o noticiário local mostrou israelenses em bunkers, que entraram na TV ao vivo por telefone.
“Foi uma situação que começou a ficar muito tensa. A gente acompanhando pelo noticiário pessoas sussurrando ao telefone: ‘Eles estão aqui, me ajuda!’”, concluiu.

Segundo Bichof, o maior temor neste momento é que haja uma escalada na violência com a entrada de outros países no conflito.
O governo de Israel já convocou mais de 100 mil reservistas para atuar na proteção do território.

“É imprevisível, pode durar algumas horas, alguns dias, semanas, isso pode escalar e a gente fica na tensão para que outros países não entrem nessa situação”, afirmou.

Sustos e proteção

O clima de apreensão também foi relatado pela jornalista Carolina Rizzo, moradora de Tel Aviv.
“Não estou saindo de casa, estou trancafiada dentro de casa, só acompanhando em grupo de WhatsApp de quem mora por aqui, vendo notícias o dia inteiro. Venho para a varanda do apartamento e quase não tem carro passando. Você não vê gente andando na rua, está bem estranho e angustiante. Hoje foram cinco sirenes de disparos de foguetes que a gente ouviu e a gente teve que ir para o abrigo anti-bombas”, contou à TV Brasil.
A entrevista precisou ser interrompida em razão de uma sirene de alerta de míssil.

Conselho de Segurança

Imagem da reunião do Conselho de Segurança da ONU na semana passada, quando se discutiu a situação do Haiti. Foto: ONU


Às 16h deste domingo (8), horário de Brasília, será realizada uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), na sede da entidade em Nova Iorque.
A convocação extraordinária foi definida pelo Brasil, que ocupa a presidência do órgão. Serão tomadas decisões, no âmbito do organismo, sobre os ataques.

Em uma rede social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ficou chocado com o ataque.
“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, escreveu o presidente.

*Com informações da agência de notícias Reuters via Abr

Foto: Al Jazeera

Publicidade