
Aconteceu em Mariana a cerimônia de entrega da Medalha Pedro Aleixo, realizada no auditório do Hotel Providência, às 10h da manhã desta sexta-feira, dia 21. A honraria é a mais alta concedida pela prefeitura e é destinada a pessoas que contribuíram significativamente para o bem-estar e o progresso da cidade.
Entre os homenageados deste ano estão o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão; o professor, doutor e mestre Marcelo de Oliveira Milagres; o deputado Nikolas Ferreira de Oliveira; o deputado Thiago Fellipe Motta Cota; o jornalista e político Mauro Henrique Tramonte; o advogado e integrante do Conselho Nacional de Justiça, Rodrigo Badaró Almeida de Castro; e o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior.

Pedro Aleixo
A medalha leva o nome deste ilustre marianense que foi jornalista, advogado e político brasileiro. Pedro Aleixo foi um dos fundadores do jornal Estado de Minas, tornou-se deputado, foi o 74.º presidente da Câmara dos Deputados, ministro da Educação e vice-presidente do general Arthur da Costa e Silva durante a ditadura militar.
Apesar de ter apoiado o golpe militar de 1964, Pedro Aleixo foi o único membro do Conselho de Segurança do regime a votar contra o Ato Institucional n.º 5, em 1968. No ano seguinte, ele assumiria o cargo de presidente após a morte de Costa e Silva, mas sua posse foi impedida pelos militares. Somente em 2011, o governo da presidente Dilma Rousseff incluiu o nome de Pedro Aleixo na galeria de presidentes do Brasil.

O prefeito de Mariana, Juliano Duarte, destacou Pedro Aleixo como “muitos homens em um homem só, muitos sonhos em um sonhador”. Ele afirmou: “Suas ideias não se limitaram aos modelos políticos da época e à presidência da República que lhe foi negada. Entretanto, nada diminuiu sua dignidade, ofuscou sua biografia ou maculou sua honra.”
O desembargador Pedro Aleixo Neto também esteve presente na cerimônia e relembrou a vida pública e política do avô. Confira um trecho de sua fala.
Reações da homenagem a Nikolas Ferreira
Após a divulgação dos nomes dos condecorados na última quinta-feira, dia 20, houve uma repercussão negativa em relação à escolha do deputado Nikolas Ferreira (PL). O coletivo “Coletivo Mães da (R)existência”, formado por mães e familiares de pessoas LGBTQIAPN+, publicou uma nota de repúdio, alegando que a concessão da medalha a uma figura condenada por transfobia representa um escárnio à população de Mariana e contradiz os princípios democráticos que essa honraria deveria simbolizar. Nikolas Ferreira foi condenado pelo crime de transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG) em 2024 pela Justiça de Minas Gerais, Nikolas recorreu em instâncias superiores.
O coletivo também destacou: “É inaceitável que um defensor da anistia à tentativa de golpe de 8 de janeiro, apoiador da ditadura militar e condenado três vezes por transfobia receba tal honraria. Em uma cidade que tem enfrentado crimes de LGBTfobia e que instituiu leis e órgãos para promover a diversidade, essa homenagem representa um grave retrocesso.”

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