Setembro Amarelo: sua vida importa mais do que você imagina

Campanha reforça a importância da saúde mental e da prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo: sua vida importa mais do que você imagina
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O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a importância da saúde mental e à prevenção do suicídio, por meio da campanha conhecida como Setembro Amarelo. Criado em 2015, esse movimento tem como objetivo abrir o diálogo sobre questões sensíveis, como depressão, ansiedade e outras condições que afetam o bem-estar psicológico, além de incentivar a busca por ajuda. Em 2024, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”, e diversas ações já estão em andamento.

Segundo a psicóloga Meire Rose Cassini, responsável pelo Hospital Felício Rocho, o Setembro Amarelo é uma oportunidade importante para abordar um tema ainda considerado tabu por muitos: o suicídio. Ela ressalta que, assim como a saúde física, os cuidados com a saúde mental e emocional são fundamentais e devem ser constantes. Buscar ajuda profissional é essencial para o autocuidado e a promoção da saúde.

A terapia é um espaço seguro para expressar sentimentos, pensamentos e dificuldades, destaca a psicóloga. Através do acolhimento e da escuta atenta, é possível encontrar novas maneiras de lidar com os desafios da vida, promovendo uma melhor qualidade de vida e bem-estar. É crucial que a pessoa em sofrimento possa falar sobre suas experiências e ser respeitada em sua individualidade.

As ações do Setembro Amarelo ocorrem em todo o país, com atividades em diferentes instituições, como escolas, universidades, empresas e órgãos públicos e privados. Profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras, desempenham um papel fundamental na prevenção e no apoio emocional. É essencial fortalecer as estratégias de cuidados e promover a saúde mental e emocional, por meio do acolhimento, apoio e orientação, tanto para aqueles que precisam de ajuda quanto para suas redes de apoio familiar e social.

Dados sobre suicídio

Com grandes impactos na sociedade, o suicídio é um importante problema de saúde pública. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, todos os anos, mais pessoas morrem por suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.

Meire conclui que ‘frente este problema grave e complexo de saúde pública no mundo, cuja ocorrência está atrelada a diversos fatores como os ambientais, sociais, psicológicos e psiquiátricos, genéticos e culturais, afetando não apenas o sujeito, mas seus familiares, amigos e toda a sociedade, cuidar de si, oferecer apoio, ajudar a quem precisa, e buscar ajuda profissional é fundamental para mudar este cenário’.

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