Na sua segunda edição, o Festival Interativo de Música e Arquitetura (FIMA) desembarca em Ouro Preto para homenagear dois monumentos históricos: o Palácio dos Governadores e a Casa de Câmara e Cadeia, sede do Museu da Inconfidência. Esses prédios majestosos, que transportam os visitantes para outra época, foram projetados por artistas, arquitetos e engenheiros talentosos. Para celebrar a música inspirada por essas construções, o FIMA traz um quarteto de cordas formado pelos renomados músicos mineiros Rodrigo de Oliveira, Jovana Trifunovic, João Carlos Ferreira e Robson Fonseca. A palestra ficará a cargo de Alex Sandro Calheiros Moura, filósofo e diretor do Museu da Inconfidência, e Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, jornalista, escritor, curador de arte e gestor público. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, todas as apresentações do FIMA têm entrada gratuita.
Essas construções majestosas, situadas nas colinas de Ouro Preto, abrigam fatos, elementos e conceitos seminais da história, da arte e da arquitetura. O Palácio dos Governadores, outrora lar de influentes líderes desta cidade, foi projetado pelo pai do “Aleijadinho”, o arquiteto português Manuel Francisco Lisboa. A construção robusta, concluída em 1746, combina elementos de fortificação com um caráter civil e hoje abriga o Museu de Mineralogia e a Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. A sede do Museu da Inconfidência é uma magnífica edificação da arquitetura civil colonial, projetada pelo engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim, em 1785, mesmo arquiteto do Paço Imperial do Rio de Janeiro. Uma obra monumental financiada por uma loteria real, construída com as mãos de prisioneiros e concluída em 1855.
No dia 21, no Museu da Inconfidência, o FIMA irá promover um concerto que une o compositor português Pedro António Avondano, os austríacos Ignaz Pleyel e Joseph Haydn e o italiano Luigi Boccherini. Esses nomes ecoam o tempo de construção, a história, a arte decorativa, a elegância e a sofisticação desses dois magníficos edifícios. O programa do concerto e seu contexto histórico serão apresentados pelo musicólogo Francisco Curt Lange.
O programa e seu contexto histórico
O concerto começa com o Trio em Sib Maior, de Pedro António Avondano, compositor nascido em Lisboa, em 1714, que trabalhou como violinista da Orquestra da Real Câmara desta cidade. Em seguida, o concerto apresenta a obra de um austríaco, Ignaz Pleyel, que nos levará com o Allegro vibrante e enérgico do seu Quarteto de Cordas em Lá Maior, Op. 2, No.1, a imaginar a intensa e dinâmica Ouro Preto do final do século XVIII. A próxima obra do programa é o Quarteto de Cordas em Ré Maior, Op. 64, No. 5, conhecido como A Cotovia, de Joseph Haydn, uma das obras-primas do período clássico.
Com entrada gratuita e patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o FIMA oferece uma oportunidade única para os amantes da música e da arquitetura se conectarem com a história e a cultura de Ouro Preto. Venha se encantar com a beleza dessas construções monumentais e a música que elas inspiraram.
Confira a programação
- Quarteto de cordas
Rodrigo de Oliveira e Jovana Trifunovic (violino), João Carlos Ferreira (viola) e Robson Fonseca (violoncelo)
- Palestrantes:
Alex Sandro Calheiros Moura – Filósofo e diretor do Museu da Inconfidência
Ângelo Oswaldo de Araújo Santos – Jornalista, escritor, curador de arte e gestor público
- PEDRO AVONDANO (1714-1782)
Trio em Si Bemol Maior
Alegro com Modo Sul Cantabile
Allegro con Spirito
Composição: 1770
- IGNAZ PLEYEL (1757-1831)
Quarteto de Cordas em Lá Maior, Op. 2, No. 1
Allegro
Menuetto
Composição: 1782
- JOSEPH HAYDN (1732-1809)
Quarteto de Cordas em Ré Maior, Op. 64, No. 5 “A Cotovia”
Allegro moderato
Adagio cantabile
Menuetto – Allegretto
IV: Finale – Vivace
Composição: 1790
- LUIGI BOCCHERINI (1743-1805)
Quarteto nº 4 de Cordas em Si Menor, Op. 58, No. 4, G. 245
Allegro molto
Rondeau – Allegro
Composição: 1799
