Campanha defende título de Patrimônio Imaterial da Humanidade para os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal

Comitiva mineira vai buscar reconhecimento da tradição na Unesco, durante evento programado para o período de 27/11 a 2/12, no Marrocos

Foto: Leo Bicalho - SECULT
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Ação busca consolidar a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal à Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Esta será a primeira vez que um bem cultural brasileiro descrito no Livro de Registro dos Saberes vai buscar esse reconhecimento internacionalmente. 

Unindo forças e mobilização, produtores do estado, por meio da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), vão integrar uma comitiva que participará da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, a ser realizada em Rabat, no Marrocos.

O evento terá início em 27/11 e segue até 2/12. sendo voltado para a análise de diversas candidaturas. A intenção dessa campanha é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental da Unesco acerca da importância Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal e realizar uma maior divulgação da proposta brasileira para o público participante e para a imprensa internacional.

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Uma programação complementar vai contribuir para esse objetivo: a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um Workshop de Experiência Imersiva sobre os Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas no evento.

Após a participação no evento da Unesco no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura cujo prazo é até 30 de março de 2023. Uma das etapas é o encaminhamento de um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que o entregará em seguida à Unesco. A avaliação final da candidatura é feita até 2024.

Diversidade

Existem hoje cerca de 30 mil produtores de queijos em Minas Gerais e, desse total, aproximadamente 9 mil são produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) com produção aproximada de 40 mil toneladas anuais. Além disso, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária com o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional.

São dez as principais regiões onde o QMA é produzido, onde o Modo de Fazer, o clima, o território e a biodiversidade de cada região conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores que vêm conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas.

Tanto que, em 2022, seis queijos mineiros conquistaram medalhas no World Cheese Awards, importante concurso europeu que aconteceu desta vez no País de Gales. E, em 2021, os produtores mineiros conquistaram 40 medalhas no concurso internacional Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na França.

Histórico do registro do bem cultural

Em 2002, o Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba.

Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.

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