Em viagem à França, o imperador D. Pedro II pediu a um colega, Auguste Daubrée, que fizesse um documento sobre as melhores formas de desenvolver o estudo e exploração mineral no Brasil. Ao retornar ao país, o imperador o convidou para visitar as minas brasileiras. Entretanto, Auguste teve que recusar o pedido, já que acabara de ser nomeado Diretor da Escola de Minas de Paris, e prometeu enviar pessoa confiável.
Chamado de “o jovem sábio” por Auguste Daubrée, Claude Henri Gorceix, aceitou assinar contrato em 1874 para organizar o ensino minerário no Rio de Janeiro. Depois de meticuloso estudo, Gorceix concluiu que Ouro Preto era o local ideal para sede da Escola devido à riqueza geológica da região que facilitaria o aprendizado dos estudantes. Em relatório enviado ao Imperador Dom Pedro II, a cidade de Ouro Preto era descrita pelo ilustre fundador da Escola de Minas da seguinte forma:
“Em muito pequena extensão de terreno pode-se acompanhar a série quase completa das rochas metamórficas que constituem grande parte do território brasileiro e todos os arredores da cidade se prestam a excursões mineralógicas proveitosas e interessantes.” (Claude Henri Gorceix).
O projeto seguiu o modelo da Escola de Minas de Saint-Etiéne, que se encaixava bem às circunstâncias brasileiras. As aulas seriam em tempo integral, com aulas inclusive aos sábados e domingos, para formar profissionais em um curto espaço de tempo. Além disso, seriam ofertadas bolsas para os alunos menos favorecidos, programa que ainda hoje é mantido na Escola.
Foi inaugurada em 12 de outubro de 1876, instituída pelo decreto n. 6.026, de 6 de novembro de 1875, com o objetivo de “preparar engenheiros para a exploração das minas e para os estabelecimentos metalúrgicos”
Os quadros da escola seriam compostos por um diretor e por professores de mineralogia e geologia, de exploração das minas e metalurgia e de mecânica e construção, além de um adjunto para o ensino do desenho e da geometria descritiva, dois repetidores-preparadores, um secretário, que seria também bibliotecário, quatro serventes, um deles na função de porteiro, e um professor coadjuvante, nomeado pelo ministro, para ensinar a legislação das minas.
Além de fundador e primeiro diretor da Escola de Minas, Gorceix foi professor de mineralogia, geologia, física e química.
Em 14 de outubro de 1891, voltou à Europa, mas retornou ao Brasil em 1896, a convite do Governo de Minas Gerais, para organizar o ensino agrícola no estado.
Faleceu na França em 6 de setembro de 1919. Durante as comemorações do 94º aniversário da Escola de Minas, em 1970, seus restos mortais foram transferidos para Ouro Preto, onde repousam no Mausoléu do Gorceix, localizado no primeiro prédio da Escola de Minas, antigo Palácio dos Governadores.