Galeria de Arte da FAOP abre duas novas exposições

Galeria de Arte da FAOP apresenta duas novas exposições
Obra Inventando narrativas - Júlio César de Almeida Pacheco
Publicidade _

Moradores e turistas de Ouro Preto poderão apreciar duas novas exposições inauguradas nesta sexta-feira (31/03), na Galeria de Arte Nello Nuno, da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP).

“ZAS”, de Neide Pimenta, e “Contemplários”, de Júlio Almeida, ficam em cartaz até o dia 30/04.  Ambos os artistas pretendem levar os visitantes a refletirem, contudo, sobre perspectivas bem distintas.

Neide Pimenta, por meio de telas e de outros dispositivos, está interessada em chamar atenção para as denominadas Zonas de Autossalvamento (ZAS), região localizada nos arredores das barragens de mineração.  “Assim, a terra surge nas obras da artista com violência do que não pode ser contido”, diz a curadora da exposição, Luiza Marcolino.

Publicidade
_

Já Júlio de Almeida, por meio do nome artístico “Inventando Narrativas”, retrata personagens e elementos artísticos de expressões culturais populares como Folia de Reis, Rei Congo e as bandeiras de Reinado.

“É comtemplários porque traz a noção de contemplação e exaltação de nossa cultura nacional e faz referência à ordem dos Cavaleiros Templários. Mas aqui ressignificada no contexto de defesa de nossos territórios culturais fundamentais à construção de nossa identidade nacional”, escreve Júlio no texto-conceitual da mostra.

Os Artistas

Obra Neide Pimenta

Neide Pimenta nasceu em Governador Valadares.  Natural do Vale do Aço, a artista é ceramista vencedora do Prêmio de Artes Visuais de Nova Lima, em 2022.

Foi iniciada na pintura por Anibal Mattos e na cerâmica, pelo Atelier do Jambreiro, escola fundada por Sara Ávila.

Seus trabalhos exercem sobre o entorno grande força de atração e expressam um sentido de totalidade.

Construiu um trabalho pesquisando o barro em detrimento da forma, fazendo suas próprias tintas a partir de pigmentos coletados.

Em ZAS, Neide Pimenta se afirma como artista cuja prática é marcada pela sobreposição entre a continuidade e o desaparecimento, entre a expectativa e a realidade, conduzindo o público por um devaneio, quem sabe capaz de enredar uma transformação concreta.

Júlio César de Almeida Pacheco é natural de Contagem/MG. Graduado em Ciências Biológicas, mestre e doutor em educação, tendo atuado como educador em escolas rurais. Sua formação e atuação como educador se deu imbricada às expressões artísticas populares onde considera ter acontecido parte significativa da construção do seu gosto estético e de sua identidade como artista. 

Em se tratando, porém, do artista visual que é hoje, ele se apresenta como “Inventando Narrativas”. O nome artístico surgiu enquanto ainda era pesquisador da pós-graduação em Educação.

Entendendo que o fazer investigativo não desvenda verdades, mas propõe interpretações sobre o mundo, ou seja, inventa narrativas para contar aquilo que percebe e desperta a curiosidade humana. Ele, assim, transpôs esse entendimento para o seu trabalho artístico. Inventa, em formas e cores arranjadas de maneira abstrata, narrativas sobre aquilo que sente. 

As cores predominantes das obras são em tons de rosa e azul, cores típicas dessas expressões culturais. A disposição das cores, formas e recortes fotográficos pretende prestar reverências à importância e riqueza cultural e estética da Cultura Popular brasileira.

Publicidade