Encomendado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e realizado pela Akala, organização da sociedade civil de Belo Horizonte, o Programa Educativo Iphan+80 busca integrar arte, educação e comunidade.
Após percorrer as localidades de Belo Vale, Congonhas, Ouro Branco, Cataguases, Mariana, Juiz de Fora e Miguel Burnier em Ouro Preto, representando bens culturais locais em muros de escolas, o Programa Educativo Iphan+80 agora está em nova fase.
Além das intervenções artísticas, o projeto contempla oficinas com o intuito de formar multiplicadores em educação patrimonial.
De acordo com Andréia De Bernardi, idealizadora e coordenadora geral do Programa, “nas oficinas, os inscritos terão a oportunidade de participar de uma vivência dinâmica. A proposta é envolver os sentidos no processo de redescoberta do patrimônio cultural de cada cidade. Além dos conceitos e teorias que permeiam esse tipo de formação, o objetivo é promover uma ação sensível e transformadora”.
Ouro Preto será a última cidade a receber a oficina.
A recepção positiva da Formação tem sido muito destacada pelos membros da equipe de mediadores do Programa.
Para Carol Dellamore, educadora do Iphan+80, “tem sido uma experiência incrível a possibilidade de criação de um espaço de compartilhamento. Algo que tem me chamado a atenção é como a oficina reverbera. Do primeiro dia de oficina para o segundo, várias coisas acontecem. Algumas pessoas participam da oficina à noite e, já no outro dia, começam a experimentar as atividades propostas com seus grupos e estudantes, trazendo pra gente suas experiências no segundo encontro,” disse.
Certificação
Os participantes receberão o certificado de Multiplicador do Programa Educativo Iphan+80.
Também terão acesso a materiais didático-pedagógicos especialmente elaborados para Ouro Preto como o “Caderno do Professor” e o “Caderno do Estudante e da Comunidade”.
Sobre os materiais, Carol Dellamore acrescenta que “a formação pode contribuir com as comunidades à medida que as pessoas tomam contato com a perspectiva da Educação Patrimonial Afetiva (EPA). Esperamos que elas possam também se nutrir dessa abordagem, que propõe pensar a educação patrimonial a partir da relação das comunidades com o seu patrimônio. Acreditamos que o desejo de cuidar está diretamente ligado à conexão que as pessoas criam com os bens culturais. E que acionar o elemento do afeto é primordial para a preservação do patrimônio”, disse.
Ação em Ouro Preto
Em Ouro Preto, a fase de formação acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro, das 13h30 às 17h, na Escola Municipal Padre Carmélio Augusto Teixeira (Paço da Misericórdia), à rua Padre Rolim, 344, no Centro.
As vagas são limitadas. Inscrições pelo site www.iphan80.com.br.
Como foi a primeira fase
O Programa Educativo Iphan+80 movimentou sete cidades mineiras na primeira fase.
Em parceria com os artistas Chico Simões e Anna Göbel, buscou envolver as comunidades participantes na pintura de murais inspirados na cultura local.
O processo de pintura dos muros e o resultado em cada cidade podem ser vistos no site www.iphan80.com.br.
No muro da Escola Municipal Monsenhor Rafael, em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, os artistas, juntamente com os estudantes e a comunidade, escolheram retratar a história local, o patrimônio humano e a natureza, representando, por exemplo, a Irmã Tereza e suas meninas no orfanato, o artesão Sr. Antônio e seus presépios, mulheres bordando, a Banda de Música, o Congado, a Estrada Real, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus e elementos da fauna e da flora da região.